Friday 10 June 2011

A de Amor

De volta ao princípio: o amor. 

Olhando para o calendário, reparo que estou a viver na Guiana há mais de 16 meses. A Guiana já não é apenas uma conhecida, é como família, o nosso amor sobreviverá a qualquer coisa, será sempre parte de mim, mesmo quando me zango com ela. E é claro que não se trata de um amor nascido da força do hábito, como se pode ver pelas entradas neste blog!

Todos os dias descubro um novo amor aqui, algo que me toca: a fantástica paisagem que se vê da montanha, um minúsculo sapo sentado na lata de milho (vá lá, os sapos de água são catitas, porque comem insectos nojentos... e são giros, excepto quando entram em pânico e saltam para cima de mim), a minha vizinha ensinando-me a fazer roti e folha de eddo, a chuva que enche os tanques e leva o pó (leva as ruas também, o que é menos bom), os magníficos e movimentados céus, o desacelerar do meu ritmo de vida louco, e uma lista sem fim...

Estava eu aqui sentada, perguntando-me o que é que os Guianenses mais amam neste país, então resolvi sair à rua e perguntar.

Como eu e tu agora aqui estamos, à conversa. Amo ter tempo. Lá for a não tens tempo, as pessoas estão sempre a trabalhar e a correr.
(Ruth)

Paz. Não temos de ir à guerra.
(Ottis)

Os rios. Amo toda a vida em torno dos rios.
(Margaret) 

As paisagens magníficas.
(Vernon)

A diversidade cultural. As mulheres são tão variadas (riso).
(Andre) 

E para o fim, o comentário mais delicioso do mundo, que deve ser lido a correr, até se ficar sem fôlego, porque a Guiana tem tanta beleza que faz isso mesmo, é de cortar a respiração:

As mulheres, a comida barata, a variedade infindável de frutos e vegetais, as festas são de arromba, a generosidade, o amigo que compra bebidas para todos os amigos a noite inteira, cricket, a variedade culinária, uma língua repleta de expressões únicas, água de coco, casamentos indianos espectaculares, dominós, café, amigos, bebidas, culturas velhas e novas, moto 4s, carroças puxadas a burros, telemóveis, telefones satélite e sistemas de rádio no interior, toda a gente conhece alguém que tu também conheces, o preço do ouro, qweh qwehs africanos, música: soca, reggae...
(Nicholas)
A vista a partir da extensão do único hotel de Mahdia, RH Hotel

Thursday 9 June 2011

A de Aviso


Inspirando-me num livro que li há anos, intitulado A Ordem Alfabética, por Juan José Millás, e considerando que este blog tem sofrido de actualizações escassas e irregulares, decidi esquecer a ordem alfabética. Por aqui passaremos a seguir a ordem do coração. No fim de contas, todas as letras estarão por aqui e poder-se-á concluir o puzzle e ordenar ideias.
Entretanto, agarrem uma cópia deste livro, uma história surreal e bonita, narrada por um adolsecente.