Monday 8 August 2011

T de Tukait

Sabes aqueles dias que transpiram perfeição? Aqueles dias tão bonitos que apetece guardar alguns dos momentos e imagens numa caixa em lugar seguro e de fácil acesso, para que possas saltar lá para dentro e reviver o sonho sempre que estejas em baixo ou menos inspirado.

Bom, não tenho fotografias para registar o dia, porque afoguei a máquina fotográfica e passei o telefone a algum anónimo sem querer. Outra vez. Portanto não quis passar um dia inteiro no rio com o novo telefone... deixá-lo viver mais algum tempo, sim?

O dia começou cedo, pelas 5h30. Fomos num Land Cruiser e numa moto4 até Pamela Landing, a 9 milhas (12 km?) de Mahdia. Dali saltamos para dentro de um barco com motor de 15 cavalos (será essa a medida certa? cof cof), para o qual olhei de lado por ser tão fracote até tentar levantá-lo quando tivemos de levar o barco num troço de dez minutos.

Durante a viagem de barco, passámos por várias dragas terrestres e aquáticas. Estas são impressionantes edifícios flutuantes, constituídos por componentes garimpeiros no rés-do-chão e uma casa no andar de cima. Têm normalmente TV por satélite e internet. Aos meus olhos trata-se sempre de um cenário triste, porque o impacto é inevitavelmente enorme.

À medida que nos fomos aproximando de Amatok, o número de dragas foi reduzindo e de repente a água cor de café com leite passou a óleo-negro-e-espesso. É mesmo isso que parece, óleo, por ser tão escura. A cor é devida aos taninos, tal como no caso do chá. E é isso mesmo que esta água parece: chá.

À chegada a Amatok, más notícias: a água estava muito baixa (inglês?!), por isso tivemos de carregar o barco por 10 minutos que me souberam a uma eternidade. Eu estava mesmo orgulhosa de mim própria na altura, por ser a única moça a ajudar, mas agora, um dia mais tarde, estou cheia de dores musculares...ai Maria Rapaz!

Sentindo-nos cansados mas gloriosos, com o barco no devido lugar, ie, dentro de água, seguimos Rio Potaro acima e parámos novamente nas quedas de água Tukait. É uma série de rápidos e como o nível de água estava baixo, deixámo-nos ser arrastados pela corrente e deixámo-nos ser salpicados deliciosamente.

Imediatamente abaixo das quedas de água há uma idílica praia de areia branca em que te podes esconder do sol à sombra das árvores da selva.

Atravessei o Potaro com as piranhas no pensamento e consequentemente sempre alerta para estranhas sensações na pele. Sucesso, atravessei sem perder nenhum dedo dos pés. A melhor piscina é o rio, sem qualquer dúvida, o mar que me perdoe.

Portanto, depois de um dia fantástico com algumas das pessoas das quais mais saudades vou sentir quando o meu tempo aqui terminar, demos meia volta e fomos abençoados por quatro arco-íris. À nossa frente estavam dois, estendo-se entre as duas margens do rio e na água via-se um reflexo perfeito, formando um círculo cheio de cores. Uma imagem mágica.



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